Ao longo dos anos tratando pacientes com joanete, percebi que muitos conviviam com dor e limitação em atividades simples como caminhar longas distâncias ou calçar os sapatos favoritos, sem saber que existe uma opção moderna, eficiente e minimamente invasiva para tratar do problema.
A Cirurgia minimamente invasiva para correção do joanete traz alívio da dor, recuperação rápida e melhora na função do pé.
O Hallux valgo, popularmente conhecido como joanete, é uma deformidade que afeta a base do dedão do pé.
Ela ocorre quando o osso do primeiro metatarso se desvia em direção ao lado interno do pé, enquanto o dedão se inclina em direção aos outros dedos provando uma saliência visível, que além de desconforto estético pode causar dor, inflamação e dificuldade para usar calçados.
Embora exista uma predisposição genética importante, o uso frequente de calçados apertados ou de salto alto pode acelerar ou agravar o problema.
Além disso, alterações biomecânicas no pé, frouxidão ligamentar, doenças reumatológicas (como a artrite) e fatores hormonais também podem contribuir para o surgimento do Hallux valgo.
Nem todo joanete dói, mas quando a dor passa a ser frequente ou interfere na caminhada, é preciso acender o sinal de alerta.
Portanto, casos de vermelhidão persistente, inchaço, limitação do movimento do dedão e formação de calos ou feridas ao redor da articulação indicam que a deformidade está avançando e pode comprometer outras articulações do pé.
Na presença desses sinais é fundamental a avaliação do ortopedista em pé e cotovelo antes do agravamento dos sintomas.
Ignorar o problema pode levar a uma progressão da deformidade, causando sobrecarga em outras áreas do pé, alteração da marcha, dor crônica e, em casos mais graves, degeneração articular (artrose).
E mais: o desalinhamento do dedão pode empurrar os outros dedos, causando deformidades adicionais.
Nos estágios iniciais, o tratamento conservador pode ajudar a reduzir os sintomas e retardar a progressão do problema: isso inclui o uso de calçados adequados, palmilhas ortopédicas, separadores de dedos, exercícios de fortalecimento e fisioterapia.
No entanto, esses métodos não corrigem a deformidade óssea, apenas aliviam o desconforto.
Esse é um ponto importante, por isso vou explicar do jeito mais simples possível: a cirurgia de Hallux Valgo consiste basicamente em reposicionar as estruturas do pé que estão desalinhadas: o osso do dedão, que se desviou para o lado, é realinhado após uma pequena correção, garantindo que volte à posição correta. Os ligamentos e tendões ao redor também são ajustados para manter o dedão estável e funcional.
Tudo isso é feito por pequenas incisões, o que reduz o trauma, o inchaço e acelera a recuperação.
A cirurgia é recomendada quando há dor persistente, limitação funcional significativa ou quando os tratamentos conservadores não são mais eficazes. O objetivo não é apenas melhorar a estética, mas principalmente restaurar o alinhamento do pé e aliviar o desconforto.
A técnica minimamente invasiva utiliza pequenas incisões na pele, através das quais são feitos cortes controlados nos ossos (osteotomias) e reposicionamento da articulação do dedão. O uso de fluoroscopia (raio-X intraoperatório) nos permite corrigir a deformidade com alta precisão, preservando tecidos e reduzindo o trauma cirúrgico.
Geralmente, o procedimento é realizado com anestesia local associada à sedação leve, evitando a necessidade de anestesia geral. O paciente permanece relaxado e sem dor durante toda a cirurgia, e a recuperação é mais rápida e segura.
O preparo para a cirurgia de Hallux Valgo deve ser sempre individualizado pelo cirurgião, mas algumas orientações gerais se aplicam à maioria dos pacientes:
Outros cuidados, incluindo exames pré-operatórios como sangue ou eletrocardiograma, podem ser solicitados dependendo da idade, condições de saúde e tipo de anestesia. O cirurgião determinará quais medidas são realmente necessárias para cada paciente.
A recuperação costuma ser mais rápida do que nas cirurgias tradicionais: o paciente geralmente consegue apoiar o pé com o uso de calçados especiais já nos primeiros dias. Sessões de fisioterapia auxiliam no controle do inchaço, ganho de mobilidade e fortalecimento.
O retorno às atividades do dia a dia ocorre em poucas semanas, enquanto atividades físicas mais intensas exigem mais tempo de recuperação.
A cirurgia minimamente invasiva corrige o desalinhamento, melhora a função do pé e alivia a dor. A estética do pé também melhora, mas o principal benefício é funcional. Como toda cirurgia, existe risco de complicações, porém, quando bem indicada e realizada por especialista, os resultados são duradouros e satisfatórios.
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